14 abril, 2008

Neve II

Tinha ficado à janela até a neve ser um sonho. O boneco foi a última neve a derreter, como se a forma humana lhe tivesse dado um instinto de sobrevivência. As crianças no jardim, a erguer o boneco de neve com risos; isso, podia – iria – esquecer. Iria, um dia, confundir com filmes, histórias alheias, um sonho. O que não iria esquecer era o boneco de neve a perder forma. Até ser uma pequena poça branca. Até ser nada.

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