O autocarro parou num semáforo, e então li: “Aceite a oferta grátis de Deus hoje... Vida Eterna!”
Já que Deus não pede dinheiro, alguém pede por ele. Em Londres tudo se paga, e nem a Vida Eterna é excepção.
Mais tarde, era fim de dia já de noite, caminhava numa rua não muito longe da primeira igreja – em Hackney, onde existe uma forte comunidade de origem africana – e passei por outra igreja. Tinha a porta aberta, provavelmente para que as pessoas não abafassem com os gritos.
De costas, a multidão situava-se na América dos anos 50, com os seus chapéus paradoxais: severos e garridos como só os africanos são capazes. De frente, não vi, mas acredito que os rostos fossem deste tempo, deste sítio, deslocados dos seus chapéus amarelo, vermelho, verde.
23 abril, 2007
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3 comentários:
16 anos em Londres, regresso a Portugal, fuga novamente das cunhas, da má lingua, do vazio claustrofóbico de gente pequena demais, e cada dia mais saudades da Londres que viu nascer o meu filho, que me acolheu de braços abertos que sempre me fez sentir sua. E em Londres...nunca paguei.
Foi Deus que lhes fez esses chapéus, e que eles tiveram de pagar, Deus é sovina até em Londres, preciso de sol e de mar! shame!
Contrastes como só Londres tem...
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